“ESG – Impacto no Valor de Mercado das Empresas” foi tema do primeiro debate realizado no segundo dia (24) do Congresso Aço Brasil 2022. Moderado por Frederico Ayres Lima, Conselheiro do Instituto Aço Brasil e Diretor Presidente da Aperam South America, o painel também contou com a presença de Rafaella Dortas, responsável por ESG no BTG Pactual; Karla Ohler-Martins, professora da Ruhr Wet University of Applied Sciences; e Carlos Braga, professor de finanças & ESG da Fundação Dom Cabral.
“As mudanças observadas na sociedade nos últimos anos têm impactado cada vez mais o mundo empresarial, o que consequentemente também influencia o setor do aço a gerir mudanças em seus meios organizacionais”, explicou Frederico Ayres Lima, esclarecendo ainda que essa pauta, cerne do ESG, não deve ser uma escolha baseada apenas no viés financeiro, mas também nas necessidades sustentáveis do planeta.
“O Brasil pode ser protagonista na agenda mundial de descarbonização. São necessárias soluções unificadas de todos os setores industriais a fim de revolver questões de vital importância para todo o mundo”, afirmou Frederico.
O investimento social privado é outra pauta do espectro ESG que se mostra cada vez mais imprescindível para o DNA das empresas. Diante desse cenário, Rafaella Dortas afirmou que é necessário manter uma visão objetiva das questões sociais, fugindo ao máximo de vieses subjetivos ou ideológicos. “Saber trabalhar essas questões de forma adequada possibilita que problemas reais sejam identificados e resultados alcançados”, diz. Rafaella ainda acrescentou que, especificamente na visão do mercado financeiro, os conceitos ESG se traduzem em um ambiente de trabalho mais eficiente, com menos custos operacionais e melhores condições de risco para os stakeholders, além de servir como resposta às necessidades de uma nova geração de funcionários cada vez mais preocupados em trabalhar para empresas que possuam um olhar responsável com agendas de diversidade.
Já Karla Ohler-Martins pontuou que, atualmente, profissionais que possuem seu currículo baseado em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, do acrônimo em inglês) têm sido os mais requisitados em todo o mundo. Traçando um paralelo com o setor do aço, pontuou ainda que o ESG pode ser um aliado da indústria siderúrgica nos objetivos ligados à descarbonização.
Para Carlos Braga, professor de Finanças & ESG da Fundação Dom Cabral, a mudança geracional vai impulsionar o ESG. “Os jovens de 20 a 30 anos não serão apenas os futuros investidores e diretores do setor, mas também os consumidores de produtos, matérias-primas e insumos, como o aço”, finalizou, na conclusão de mais um painel do Congresso Aço Brasil, acrescentando ainda que é possível aliar os fatores de ESG a uma boa rentabilidade empresarial, especialmente quando se entende que boa parte do valor de uma empresa diz respeito a sua imagem e reputação.